HISTÓRIAS
REAIS QUE GOSTARÍAMOS QUE NÃO FOSSEM
CASOS DE
COLABORADORAS
Depois de
muito tempo casada, sem nem olhar pro lado, sem nem lembrar que o sexo oposto
existia e prá quê, caí na roda e tive que tirar do baú todas as minhas
artimanhas selvagens de mulher sexy e disponível.
Vou contar...
Só quem já passou por isso vai entender o que eu estou dizendo. É muito difícil
mudar uma postura de uma hora pra outra ainda mais depois de quase duas
décadas. No início você está tão enferrujada que sente até certo medo, medo do
ridículo, medo de achar que isso não existe mais pra você, que já passou. Se
contenta em pensar que sua relação mais séria será com objetos inanimados e um
estoque de pilhas AA pra eventuais emergências.
Mas então um
dia, depois que a vida já tomou um novo ritmo, você já se organizou nessa nova
velha vida, começa a olhar pros lados e descobre que a única pessoa que acha
que você já era é você mesma.
Então uma
amiga liga, vai ter uma festa num barzinho conhecido, e das boas!
Você se anima toda, e como uma adolescente
você se preocupa com o que vai vestir, abre e fecha armários e gavetas
cinquenta vezes, sem ter na verdade a menor ideia do que você está procurando.
Depois que o
armário parece ter sofrido um ataque selvagem, opta por uma blusa simples mas com um detalhe de
renda grande atrás que exige um underware mais elaborado. Começa então outra
luta, a das peças intimas!! Você não pode deixar aparecer muito pra não
estragar a roupa, mas o que não aparece muito não sustenta muito, e se é uma
coisa que uma mulher nos ENTA precisa é de sustentação. Depois de muita briga
escolhe por logo dois, um com uma alça alternativa que não aparecia e um top
anti gravidade. Você se veste, passa uma maquiagem, arruma o cabelo de forma
casual, perfume, coloca logo um salto trocentos, da aquela última olhada no
espelho e se acha. Ainda da pro gasto, ninguém pode dizer o contrário.
Estava
pronta, por dentro e por fora.
Me mandei,
animadíssima, prontíssima pro crime.
Cheguei na
festa, dando uma geral, quando a gente recomeça, nem sabe quem é o alvo direito, então tem que trabalhar igual metralhadora
rotatória, atirando em qualquer direção, e com sorte consegue acertar alguma
coisa.
Então de
repente achei o alvo, ele olhou de longe, eu respondi aquele olhar tímido de
alguns segundos, como a donzela que sou. Então tentei chamar atenção, como se
não quisesse, sacou??
Fui pra
pista de dança, não sem antes escolher lugar estratégico para atacar minha tão
indefesa presa. Então dancei a minha dança do acasalamento, ou o que restou
dela. Tava lá, toda cheia de charme, tentando mostrar do que meus quadris eram
capazes, quando o rapaz que estava do meu lado soltou um sonoro:
AAAAAIIIIIIIIIII!!!!
Todos em
volta preocupados, inclusive eu e a presa que também se aproximou. O que
aconteceu??? Ele tirou a mão do olho e mostrou um leve vergão rosa. “Alguma
coisa bateu em mim. “O que será?? todos em volta perguntavam. “Não sei, veio
dali” – Ele apontou em algum ponto do meu lado, e eu instintivamente virei.
Quando virei, escutei: “Foi isso que bateu em mim! – O que? Onde? Por que??
Quando me virei curiosa, qual não foi minha surpresa quando vi que apontavam na
minha direção. Por alguns segundos me senti uma adolescente idiota, quando vi
que o que tinha batido no rapaz foi nada menos que a alça do meu sutiã que
havia se soltado, vergonha, humilhação... Total, mas... Graças a Deus, não sou
mais uma adolescente, e segundos depois, olhei pra todo mundo e cai na
gargalhada com tanta naturalidade que levei todo mundo comigo.
Hahahaha!!
Soltei o outro lado que ainda estava preso, dobrei a alça e enfiei no bolso,
pedi desculpas pro rapaz que acertei com a alça assassina, e fui buscar alguma
coisa pra beber.
Minha presa
mordeu minha isca improvisada e foi atrás, conversamos rimos e então fui
embora.
Muito bom
ser mais velha e mais bem resolvida, pensei. Passou uma impressão tão
desencanada bem resolvida... Mal sabem eles que ri foi de nervoso, pois minha
vontade mesmo era sair de lá correndo, mas eu estava com salto muito alto. Vou
anotar mentalmente esse detalhe pra próxima vez. Ponha um salto menor no caso
de ter que sair correndo.
Quanto ao
cara... Nunca mais vi nem pretendo, pra minha sorte ele não era do grupo. Deitada
a noite imaginava a cena: Sabem como que conheci ela???? Kkkkkk!! E eu com cara
de paisagem. Tô fora!!!Bem, pelo menos tem sua vantagens estar nos “ENTA”, os
outros pelos menos acham que você é mais amadurecida e você se esconde por trás
dessa bela mascara!!!
Hahahahahahahaha!!!